História da enfermagem

♥...NOÇÕES DA HISTÓRIA DA ENFERMAGEM...♥


Período Pré-Cristão

As doenças eram consideradas castigo dos deuses ou efeito do poder do demônio; assim, os sacerdotes eram chamados para tratar das doenças através de sacrifícios e exorcismo.
No Egito: usava-se hipnotismo, influência dos astros, interpretação de sonhos.
Na Índia: a sabedoria budista contribuiu para o desenvolvimento da enfermagem e medicina, na medida que surgiram antídotos para venenos; acolhiam-se doentes em hospitais, enquanto músicos e narradores de histórias distraiam os doentes.
O bramanismo fez decair os cuidados, uma vez que vetou a dissecação dos corpos devido ao culto e respeito ao corpo.
Na China: os doentes eram cuidados por sacerdotes; os templos eram rodeados de plantas medicinais.
Na Grécia: antes de Hipócrates, que foi o pai da medicina, os médicos eram os sacerdotes e as prescrições eram interpretadas através dos sonhos. Os tratamentos eram à base de banhos, massagem, sangrias, dieta, sol, ar puro, água etc. O nascimento e morte eram considerados impuros, por isso houve desprezo pela obstetrícia e abandono do doente grave.
Após Hipócrates, as doenças passaram a ser pesquisadas para se definir o diagnóstico, tratamento e prognóstico.

 
Período cristão

Com o cristianismo os pobres e enfermos passaram a ter cuidados por parte da igreja. Os bispos orientavam a assistência aos doentes, idosos deficientes.
Nos conventos, as abadessas cuidavam dos doentes e coordenavam os hospitais.
Os Franciscanos e as Clarissas cuidavam dos doentes.

Período crítico da Enfermagem

Com a diminuição do espírito cristão, ocorreram as reformas no cristianismo e surgimento de uma nova igreja. As religiosas foram expulsas dos hospitais e houve necessidade de se contratar pessoas para cuidar dos doentes. O pessoal que se apresentava era de baixo nível social e moralidade duvidosa. A improvisada enfermagem deixava os doentes morrerem ao abandono. Havia falta de higiene, de comida, de interesse em diminuir os sofrimentos físicos e morais.


 
Precursores da Enfermagem moderna

São Vicente de Paula: incentivou espírito de colaboração das senhoras ricas aos pobres e oprimidos. Surgiram as voluntárias e instituições educativas e assistenciais São Vicente de Paula.

São Camilo de Lellis (Bucchianico, Província de Chieti, Reino de Nápoles em 25 de maio de 1550 - Roma, 14 de Julho de 1614) foi um religioso italiano, fundador da Ordem dos Ministros dos Enfermos (Camilianos). É venerado como santo da Igreja Católica e é considerado protetor dos enfermos e dos hospitais.
Camilo nasce em uma família aparentemente da pequena aristocracia da cidade de Bucchianico, ao nascer é batizado com o nome da mãe (Camilla Compelli) que tinha quase 60 anos de idade; o pai Giovanni era um oficial a serviço do Reino de Espanha.
A mãe de Camilo morreu quando ele era ainda jovem e como o pai era oficial do exército, Camilo cresceu negligenciado. Ainda jovem alistou-se no exército veneziano. Após a deserção de seu regimento, Camilo trabalhou em um hospital para enfermos incuráveis, mas devido seu caráter agressivo e vício em jogos desistiu e passou a levar uma vida decadente. Mais tarde, voltou a aliar-se ao exército veneziano e lutou contra os Turcos em 1569. Em 1570 vitimado por uma úlcera no pé, voltou a trabalhar no Hospital San Giacomo degli Incurabili que havia abandonado em Roma, onde permaneceu durante quatro anos até a úlcera ser curada.


Julgou então seu dever voltar para os franciscanos, apesar de seu confessor, São Felipe Néri, o ter desaconselhado, predizendo que a chaga se reabriria. Foi o que aconteceu, tendo Camilo que voltar ao hospital.
Ali, dedicou-se a cuidar dos enfermos, chegando a ser nomeado administrador geral do hospital. Certo dia, olhando para o Crucifixo enquanto cuidava dos doentes, exclamou: “Ah! Seria necessário aqui homens que não fossem conduzidos pelo amor ao dinheiro, mas pelo amor de Nosso Senhor; que fossem verdadeiras mães para esses pobres doentes, e não mercenários. Mas, onde encontrar tais homens?”. Começou então a ruminar o pensamento da fundação de uma Ordem religiosa para essa finalidade
Logo se lhe juntaram mais quatro discípulos, com os quais ele se reunia para rezarem e meditarem juntos, e depois cuidarem dos enfermos. Era o núcleo de sua futura congregação. Esse pequeno núcleo inicial dividia o tempo entre a prece e o cuidado dos doentes. Iam seus membros cada dia ao grande hospital do Espírito Santo, onde consolavam os enfermos, arrumavam seus leitos, varriam as salas, faziam curativos em suas chagas e preparavam os remédios que lhes eram prescritos. Mas cuidavam especialmente de suas almas, preparando os doentes para receber os últimos sacramentos, ajudando-os com suas preces e não se separando deles senão depois de suas mortes..


Período Florence Nigthingale

Nascida em Florença em 12 de maio de 1820, era dotada de uma inteligência incomum. Em 1854, seguiu para a guerra da Criméia, instalou em dois hospitais o seu serviço, prestando atendimento a 4.000 feridos. Florence ficou conhecida como a dama da lamparina, pois era com uma lamparina na
mão que ela percorria as enfermarias à noite. Até meados do século XIX, era praticamente nula a
assistência aos enfermos nos hospitais de campanha, onde a insalubridade aumentava ainda mais o número de mortos. Com seu trabalho, Florence Nightingale lançou as bases dos modernos serviços de enfermagem. A enfermagem deixa de ter um caráter caritativo e passa a ser uma ciência Educada pelo pai, aprendeu grego, latim, francês, alemão e italiano, história, filosofia e matemática. Em 7 de fevereiro de 1837, acreditou ter ouvido a voz de Deus conclamá-la a uma missão. Interessou-se então pela enfermagem, e após formar-se por uma instituição protestante de Kaiserweth, Alemanha, transferiu-se para Londres, onde passou a trabalhar como superintendente de um hospital de caridade. Florence não conhecia o conceito de contato por microorganismos, uma vez que este ainda não tinha sido descoberto, porém já acreditava em um meticuloso cuidado quanto à limpeza do ambiente e pessoal, ar fresco e boa iluminação, calor adequado, boa nutrição e repouso, com manutenção do vigor do paciente para a cura. Em suas escolas, Florence baseava sua filosofia em quatro idéias-chave:
1. O dinheiro público deveria manter o treinamento de enfermeiras e este, deveria ser considerado tão importante quanto qualquer outra forma de ensino.


2. Deveria existir uma estreita associação entre hospitais e escolas de treinamento, sem estas
dependerem financeira e administrativamente.
3. O ensino de enfermagem deveria ser feito por enfermeiras profissionais, e não por qualquer pessoa não envolvida com a enfermagem.
4. Deveria ser oferecida às estudantes, durante todo o período de treinamento, residência com ambiente confortável e agradável, próximo ao local.
Durante a guerra da Criméia, entre 1854 e 1856, integrou o corpo de enfermagem britânico em Scutari, Turquia. Seu trabalho de assistência aos enfermos e de organização da infra-estrutura hospitalar a tornou conhecida em toda a frente de batalha. Publicou Notes on Matters Affecting the Health, Efficiency and Hospital Administration of the British Army (1858 Notas sobre a saúde, a eficiência e a administração hospitalar no exército britânico). Fundou em 1860 a primeira escola de enfermagem do mundo. Em 1901, completamente cega, parou de trabalhar. Morreu em Londres, em 13 de agosto de 1910.

Enfermagem no Brasil
Desde os tempos da colonização do Brasil foram criadas as Santas Casas, que se destinavam a cuidar dos doentes e órfãos.


Ana Neri

Enfermeira baiana (13/12/1814-20/5/1880). Primeira profissional a se dedicar à enfermagem no Brasil, serve como voluntária na Guerra do Paraguai. Como homenagem, em 1926, Carlos Chagas dá seu nome à primeira escola oficial brasileira de enfermagem de alto padrão.
Ana Justina Ferreira Néri nasce na vila de Cachoeira de Paraguaçu. Viúva do capitão-de-fragata Isidoro Antônio Néri, não se conforma em ver os três filhos - o cadete Pedro Antônio Néri e os médicos Isidoro Antônio Néri Filho e Justiniano de Castro Rebelo - e mais dois irmãos, ambos oficiais do Exército, serem convocados para a Guerra do Paraguai.
Decide escrever ao presidente da província uma carta na qual oferece seus serviços como enfermeira durante todo o tempo em que durasse o conflito. Deixa a Bahia, pela primeira vez na vida, em 1865 e vai auxiliar o corpo de saúde do Exército. Trabalha no hospital de Corrientes, onde conta com a ajuda de poucas freiras vicentinas para cuidar de mais de 6 mil soldados internados.
Parte algum tempo depois, atuando em Salto, Humaitá, Curupaiti e Assunção.
Na capital paraguaia, então ocupada e sitiada pelo Exército brasileiro, monta uma enfermaria-modelo, utilizando para isso recursos financeiros pessoais, herdados da família. Volta ao Brasil em 1870, recebendo várias homenagens, entre elas as condecorações com as medalhas de prata humanitária e de campanha. Recebe do imperador dom Pedro II uma pensão vitalícia, com a qual educa quatro órfãos recolhidos no Paraguai. Morre no Rio de Janeiro. Seu retrato, pintado por Vítor Meireles, ocupa até hoje lugar de honra no Paço Municipal de Salvador.


Equipe de enfermagem no Brasil:
caracterizada por três categorias distintas – Auxiliar de Enfermagem, Técnico em Enfermagem e Enfermeiro.
Enfermeiros: nível escolar de terceiro grau; profissionais titulares de diploma ou certificados de Obstetrícia ou de Enfermeiro Obstétrico. Carga horária total 3585 horas.
Técnico em Enfermagem: nível escolar de segundo grau; exerce as atividades auxiliares de nível médio técnico, atribuídas à equipe de Enfermagem. Carga horária total 1800 horas
Auxiliar de Enfermagem: nível escolar de primeiro grau; executa as atividades auxiliares, de nível médio, atribuídas à equipe de enfermagem. Carga horária total 1100 horas