quarta-feira, 24 de agosto de 2011

PRECAUÇÕES PADRÃO:


CONSIDERACÕES INICIAIS
A partir da epidemia de HIV/AIDS, do aparecimento de cepas de bactérias
multirresistentes (como o Staphylococcus aureus resistente à meticilina, bacilos Gram negativos não fermentadores, Enterococcus sp. resistente à vancomicina), do ressurgimento da tuberculose na população mundial e do risco aumentado para a aquisição de microrganismos de transmissão sangüínea (hepatite viral B e C, por exemplo) entre os profissionais de saúde, as normas de biossegurança e isolamento ganharam atenção especial.
Para entender os mecanismos de disseminação de um microorganismo dentro de um hospital, é necessário que se conheça pelo menos três elementos: a fonte, o mecanismo de transmissão e o hospedeiro susceptível.
● FONTE:
As fontes ou reservatórios de microorganismos, geralmente, são os profissionais de saúde, pacientes, ocasionalmente visitantes, ou materiais e equipamentos infectados ou colonizados por microorganismos patogênicos.
● TRANSMISSAO:
A transmissão de microorganismos em hospitais pode se dar por diferentes vias.
OS PRINCIPAIS MECANISMOS DE TRANSMISSÃO SÃO:
■ TRANSMISSÃO AÉREA POR GOTÍCULAS: Ocorre pela disseminação por gotículas maiores do que 5um. Podem ser geradas durante tosse, espirro, conversação ou realização de diversos procedimentos (broncoscopia, inalação, etc.). Por serem partículas pesadas e não permanecerem suspensas no ar, não são necessários sistemas especiais de circulação e purificação do ar. As precauções devem ser tomadas por aqueles que se aproximam a menos de 1 metro da fonte.
■ TRANSMISSÃO AÉREA POR AEROSSOL: Quando ocorre pela disseminação de partículas, cujo tamanho é de 5um ou menos. Tais partículas permanecem suspensasno ar por longos períodos e podem ser dispersas a longas distâncias. Medidas especiais para se impedir a recirculação do ar contaminado e para se alcançar a sua descontaminação são desejáveis. Consistem em exemplos os agentes de varicela, sarampo e tuberculose.
■ TRANSMISSÃO POR CONTATO: É o modo mais comum de transmissão de infecções hospitalares. Envolve o contato direto (pessoa-pessoa) ou indireto (objetos contaminados, superfícies ambientais, itens de uso do paciente, roupas, etc.) promovendo a transferência física de microorganismos epidemiologicamente importantes para um hospedeiro susceptível.
● HOSPEDEIRO:
Pacientes expostos a um mesmo agente patogênico podem desenvolver doença clínica ou simplesmente estabelecer uma relação comensal com o
microorganismo,tornando-se pacientes colonizados.
Fatores como idade, doença de base, uso de corticosteróides, antimicrobianos ou drogas imunossupressoras e procedimentos cirúrgicos ou invasivos podem tornar os pacientes mais susceptíveis às infecções.



► PRECAUÇÃO PADRÃO
AS PRECAUÇÕES PADRÃO são um conjunto de medidas utilizadas para diminuir os riscos de transmissão de microorganismos nos hospitais e constituem-se basicamente em:
1. LAVAGEM DAS MAOS:
1. Após realização de procedimentos que envolvem presença de sangue, fluidos corpóreos, secreções, excreções e itens contaminados.
2. Após a retirada das luvas.
3. Antes e após contato com paciente e entre um e outro procedimento ou em ocasiões onde existe risco de transferência de patógenos para pacientes ou ambiente.
4. Entre procedimentos no mesmo paciente quando houver risco de infecção cruzada de diferentes sítios anatômicos.
* OBS: O uso de sabão comum líquido é suficiente para lavagem de rotina das mãos, exceto em situações especiais definidas pelas Comissões de Controle de Infecção
Hospitalar - CCIH (como nos surtos ou em infecções hiperendêmicas).
2. LUVAS:
♦ Usar luvas limpas, não estéreis, quando existir possibilidade de contato com sangue, fluidos corpóreos, secreções e excreções, membranas mucosas, pele não íntegra e qualquer item contaminado.
♦ Mudar de luvas entre duas tarefas e entre procedimentos no mesmo paciente.
♦ Retirar e descartar as luvas depois do uso, entre um paciente e outro e antes de tocar itens não contaminados e superfícies ambientais. A lavagem das mãos após a retiradadas luvas é obrigatória.
3. MASCARA, PROTETOR DE OLHOS, PROTETOR DE FACE:
- É necessário em situações nas quais possam ocorrer respingos e espirros de sangue ou secreções nos funcionários.
4. AVENTAL:
● Usar avental limpo, não estéril, para proteger roupas e superfícies corporais sempre que houver possibilidade de ocorrer contaminação por líquidos corporais e sangue.
● Escolher o avental apropriado para atividade e a quantidade de fluido ou sangue encontrado.
● A retirada do avental deve ser feita o mais breve possível com posterior lavagem das mãos.
5. EQUIPAMENTOS DE CUIDADOS AO PACIENTE:
■ Devem ser manuseados com proteção se sujos de sangue ou fluidos corpóreos, secreções e excreções e sua reutilização em outros pacientes deve ser precedida de limpeza e ou desinfecção.
■ Assegurar-se que os itens de uso único sejam descartados em local apropriado.
6. CONTROLE AMBIENTAL:
Estabelecer e garantir procedimentos de rotina adequados para a limpeza e
desinfecção das superfícies ambientais, camas, equipamentos de cabeceira e outras superfícies tocadas frequentemente.
7. ROUPAS:
● Manipular, transportar e processar as roupas usadas, sujas de sangue, fluidos corpóreos, secreções e excreções de forma a prevenir a exposição da pele e mucosa, e a contaminação de roupas pessoais, evitando a transferência de microorganismos para outros pacientes e para o ambiente.
► SAÚDE OCUPACIONAL E PATÓGENOS VEICULADOS POR SANGUE:
* PREVENCAO DE ACIDENTES PERFURO-CORTANTES:
♦ Atenção com o uso, manipulação, limpeza e descarte de agulhas, bisturis e outros materiais pérfuro-cortantes. Não retirar agulhas usadas das seringas descartáveis, não
dobrá-las e não reencapá-las. O descarte desses materiais deve ser feito em caixas apropriadas e de paredes resistentes.
♦ Usar dispositivos bucais, conjunto de ressuscitação e outros dispositivos de ventilação quando houver necessidade de ressuscitação.
► LOCAL DE INTERNACAO DO PACIENTE:
A alocação do paciente é um componente importante da precaução de
isolamento.
Quando possível, pacientes com microorganismos altamente transmissíveis e/ou epidemiologicamente importantes devem ser colocados em quartos privativos com banheiro e pia próprios.
* OBS: Quando um quarto privativo não estiver disponível, pacientes infectados devem ser alocados com companheiros de quarto infectados com o mesmo microorganismo e com possibilidade mínima de infecção.

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