Sempre se reclamou que, no Brasil, os sindicatos eram fracos. Com o baixo custo da mão-de-obra, fartura de oferta e um trabalhador que aceita qualquer migalha; os sindicatos brasileiros eram muitas vezes, apenas uma fonte de estabilidade no emprego e um “complemento de renda” para muitos que se aventuravam na área sindical.
Mesmo após as históricas greves dos traalhadores que paralisaram setores ricos e mais conservadores da economia, trazendo ganhos imensos para as respectivas categorias profissionais; foram capazes de mudar a forma como os brasileiros encaravam os sindicatos. E mesmo os sindicalistas brasileiros sempre viram, e continuam vendo, na formação de um sindicato uma oportunidade de ouro para “se dar bem”.
A maior prova disso, é que hoje você praticamente não encontra líderes sindicalistas de grandes categorias que sejam pobres. Muitos embarcaram em campanhas políticas, onde os gastos são astronômicos, e conseguiram elegerem-se. Sempre sob a bandeira do “apoio ao trabalhador” e com a “ajuda da classe trabalhadora”, homens que há alguns anos sequer tinham onde caírem mortos; hoje ostentam mansões, carrões e inúmeras propriedades.
O flerte constante com vultosas quantias de dinheiro arrecadadas pelos grandes sindicatos; a facilidade como essas diretorias “se rendem” nas negociações com os empresários e, até mesmo, cooptam-se com os patrões em lockouts empresariais visando deixar as autoridades em cheque (notadamente na área de transporte público); faz dos sindicatos fontes de recursos e de enriquecimento para muitos oportunistas.
As denúncias de desvio de verbas, subornos e irregularidades se avolumam contra o movimento sindical e jamais são investigadas. Estranhamente, os governos omitem-se temendo o “gasto político” que uma campanha difamatória feita pelos investigados pode causar. Como as favelas; os sindicatos de fachada se proliferam sob o olhar passivo do poder público que evita impedir essa multiplicação apenas para “não bater de frete” com a “classe trabalhadora”. Que, em sua maioria, fica totalmente de fora desse processo.
A maior prova do mau comportamento do sindicalismo brasileiro, foi a recente aprovação da manutenção do imposto sindical pelo congresso. A “festinha” bancada por verbas dos sindicatos oferecida aos parlamentares que aprovaram a matéria, chocaria até os mais liberais. Regada a champanhe, charutos e modelos, a festinha soou claramente como um “agrado” após o “dever cumprido” para alguns parlamentares que, “teoricamente”, deveriam ser neutros e votarem apenas o que fosse de interesse do povo. E, manter um imposto que tem como única função, proporcionar privilégios de sindicatos caça-níqueis não pode ser chamado de “vontade do povo”.
Em qualquer outra parte do planeta, um Ministro de Estado que ao ser questionado sobre eu envolvimento em casos de corrupção atestasse sua honestidade informando que pode roubar muito mais; seria banido do convívio público imediatamente. Além de ter seu sindicato investigado com um microscópio. No Japão, no mínimo, “rolava” um suicídio.
Contudo, aqui no Brasil, a imprensa ri. O povo acha graça. E as “autoridades” acham normais essas declarações. Mas, a verdade nua e crua, é que seu envolvimento fica cada vez mais evidente conforme avançam as investigações da Polícia Federal.
Onde vamos para com tanta alienação?
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