Transformação é a palavra-chave do século XXI. Desde o aspecto social ao econômico, do político ao comportamental, tudo parece estar em constante dinamismo e, por vezes, fora de controle. O mercado de trabalho e as relações humanas vivem mudanças contínuas e progressivas para adequar-se à nova ordem mundial de avanços científicos, internet e de globalização.
As mudanças sociais nas últimas décadas, sem dúvida, também desencadearam alterações nas relações de trabalho. O conceito de competência profissional foi ampliado. Ser competente não significa apenas demonstrar o conhecimento técnico exigido pela profissão, mas também ter autonomia para solucionar problemas e disposição para participar ativamente no ambiente de trabalho, tomando decisões e assumindo responsabilidades com base no trabalho em equipe. É imprescindível também que o profissional saiba manter as relações interpessoais, para que possa desenvolver suas competências e habilidades com melhor eficácia.
A expansão do sistema capitalista faz com que os indivíduos, em sua maioria, busquem incessantemente, por meio do trabalho, a realização de seus desejos de riqueza, prosperidade material e do sucesso pessoal. No entanto, as exigências do mercado de trabalho em meio à competição e ao aumento da qualidade e da produtividade, entre outros produtos da globalização, alteram a situação pessoal de todos, trazendo-lhes insegurança, isolamento, ansiedade e elevação nos níveis de estresse, por perceberem que suas expectativas são muitas vezes impossíveis de se concretizarem.
Um exemplo claro das transformações no âmbito do trabalho em saúde, que interferiu diretamente nas relações de trabalho, é o processo de implantação do SUS (Sistema Único de Saúde). Este processo é uma árdua construção coletiva que compromete diversos sujeitos em contínua e imprescindível interação material e simbólica, requerendo uma maior compreensão das expectativas envolvidas nas relações entre serviços e usuários, assim como entre os profissionais e os serviços.
Exaustão
Discutir sobre estafa laboral ou desgaste profissional ou, ainda, estafa ocupacional é falar de síndrome de "burnout". O surgimento do termo está relacionado àquilo que deixou de funcionar por exaustão energética, um sentimento de fracasso e exaustão acometendo geralmente os profissionais que trabalham em contato direto com pessoas.
Essa síndrome decorre de um processo gradual de desgaste físico e mental caracterizado por excesso de trabalho, falta de controle, falta de recompensa, falta de união, falta de equidade e conflito de valores dentro de uma organização. Pesquisas recentes sobre a síndrome relatam que o nível de desgaste físico e emocional dos profissionais de enfermagem ficou evidente quando se investigou os sinais e sintomas de "burnout". Os resultados mostraram que 8,2% de um total de 61 funcionários apresentaram sinais e sintomas da doença. Destes, em torno de 54,1% possuíam alto risco para manifestação de "burnout" e 37,7% baixo risco de manifestação da doença.
Confira o artigo completo na edição de abril da Revista Proteção
Ilustração: Beto Soares/ Estúdio Boom
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